sábado, 13 de setembro de 2008

Filha do "Beethoven" chega ao Festival

Ele nasceu nasceu no Vale do São Francisco, no Norte de Minas. Tocador de rabeca e viola, chegou a ser chamado de “O Beethoven do Sertão”, e tocou com Luiz Gonzaga, o grande sanfoneiro Gonzagão. Estamos falando de Zé Côco do Riachão, que é o grande homenageado dessa noite do Festival Internacional de Cultura Popular Vozes de Mestres.

Um grande show marcado para as 20 horas de hoje vai lembrar os dez anos da morte de Riachão. Sobem ao palco montado no Centro Cultural Lagoa do Nado os violeiros Pereira da Viola, Chico Lobo, Fernando Sodré, Rodrio Delage, Joaci Ornelas, Dimas Soares, Dércio Marques, Cláudio Alexandrino e Rodrigo Salvador. Além destes grandes violeiros, o show conta ainda com três participações que são mais do que especiais: dos músicos Zé André e Geraldo Dias, que acompanharam Zé Côco do Riachão, e de Dona Luiza Rodrigues, filha do grande mestre Riachão.


Dona Luiza aprendeu a tocar acordeom aos 15 anos de idade, incentivada pelo pai. Ela conta que o acompanhava nas festas de Mirabela, cidadezinha ao norte de Minas, mas desde que se casou, aos 21 anos, nunca mais tocou com o pai.

Hoje, aos 66 anos, Dona Luiza vai subir ao palco pela primeira vez. Muito tímida, ela se faz de rogada ao comentar a expectativa de se apresentar para homenagear o pai. “Eu num toco lá essas coisas não, moço. Eu faço é só umas musiquinhas pra espantar a solidão e a saudade do meu pai”, diz a simpática senhora que demonstra muito amor e respeito por Zé Côco.

Dona Luiza diz que depois de se casar, quando se mudou para Montes Claros, acabou deixando a sanfona de lado. Porém, após a morte do pai, ela voltou a buscar o instrumento como forma de se sentir próxima dele. “Depois que meu pai faleceu, a solidão foi tão grande que eu resolvi pegar a sanfona pra ver se alguma coisa preenchia aquele vazio que eu sentia dele”, desabafa.

Por Daniel Silveira

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